O dia dos namorados e o sexo

 Foi ontem, quando tentei combinar um almoço para hoje com um amigo, que ele me lembrou que (hoje) era dia dos namorados. Dizia-me: ‘estás maluca? Amanhã não dá, amanhã é dia dos namorados’. Por aqui se vê o que eu ligo a este dia. Ainda pensei dizer-lhe: e depois, qual o problema? Mas temi que me achasse insensível, irascível e impossível. Tudo em ‘ivel’ para rimar e fazer pandã. Mas devia ter dado mais importância ao dia, porque ao meu lado tudo flui, tudo brota, tudo parece acontecer de forma mais bela. É uma amiga que, de sorriso de orelha a orelha me mostra a ultima Egoísta que o namorado lhe deu, é a minha outra amiga que comprou um bustier (segundo ela o seu primeiro bustier e gira como é o namorado bem pode ter uma sincope cardíaca) para o namorado despir mais pela noitinha, são aquelas que andam com uma rosa na mão, são os post do costume sobre a arte de bem namorar, beijar, tratar, amar o outro e tudo, e tudo e tudo. A sério, hoje o mundo está mais bonito porque as pessoas andam a pairar. O amor, já eu digo há muito tempo, só faz bem. E a arte de bem namorar faz quase tão bem quanto o amor. E o sexo tem hoje uma boa hipótese de sair da gaveta e tornar-se mais, sei lá eu, selvagem. Esta minha ideia deve ser fruto de um livro que uma amiga me emprestou « Mulheres que correm com os Lobos», livro este que fala do facto de a mulher ser, por natureza, selvagem, e que ao longo dos tempos os homens tentaram (e conseguiram) domesticá-la. Mas a sua natureza não é essa, a de animal doméstico, que não é. Por isso, se estiver para aí virado, tente que hoje sobressaia na sua mulher o arquétipo da mulher selvagem e verá que não se vai arrepender. E se o dia dos namorados pode servir para alguma coisa, que seja para isso mesmo: que cada um se liberte das amarras e se mostre tal como é.