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segunda-feira, 4 de março de 2013

Maia #1


Depois de apanhar um tufão algures por Leiria, um furacão algures por Aveiro, cheguei à Maia onde estarei nos próximos dois dias. Dar com o hotel foi fácil, problema foi quando perguntei ao moço da receção onde era o parque de estacionamento do dito cujo. Aí ele começou por dizer que ai e tal só se eu tivesse um carro pequeno, mas que tinha de ser mesmo, mesmo pequeno, e que a entrada fazia-se pela traseira do hotel, e que era melhor eu ir primeiro a pé ver o acesso e só depois tentar meter lá o carro, e que tinha uma curva, e que a curva não era nivelada, e eu cada vez a achar que o senhor estava a exagerar e que pensava que eu era uma naba de primeira apanha a conduzir, e mais a mais não sou menina de me deixar intimidar por uma curvinha. Sem me deixar melindrar, lá fui com o carro, que não é meu mas sim lá do sítio onde trabalho. Quando cheguei à entrada de acesso, não consigo vislumbrar um metro à frente tamanho é o declive. Era como se fosse um precipício. Depois, começo a descer e vejo uma curva apertada e o chão começa a levantar do lado esquerdo, ou seja, vou a fazer uma curva de lado. A esta altura comecei a suar. Olhava para trás e parecia que tinha um muro logo na traseira do carro, olhava para a frente e estava a meio de uma curva fechada, com um palmo para cada lado entre o muro e o carro e, para ajudar à festa, estava com o carro totalmente de lado. Achei que ia ficar ali entalada para todo o sempre. Comecei a pensar na quantidade de pessoas que devem ter apodrecido ali, entre o antes e um depois que não existe. Pensei onde raio se meteu o Martinho agora que eu precisava dele. No entanto, tinha chegado àquela altura em que era tão difícil fazer marcha atrás como ir em frente. Fui em frente. Feita a curva comigo já quase só em roupa interior (fui tirando a roupa à medida que ia suando de nervosismo), continuo a descer quase a pique e lá cheguei à garagem e qual não foi o meu espanto quando vi que não havia, num hotel que estava esgotado pela convenção, um único carro na garagem. Pois, que nem todo o mundo é parvo como eu. Estacionei-o e comecei a pensar como é que iria tirar a merda do carro quando fosse para ir embora. Comparado com este acesso, o acesso do Corte Inglês em Lisboa é uma avenida Marginal. Fiquei de tal forma apanhada que quando um senhor se sentou ao meu lado no jantar disse:

 - Olá, sou o M. S. do Município da Marinha Grande.
Eu respondi:
 - Olá, acha que consegue tirar um carro de uma garagem de acesso quase impossível?

2 comentários:

  1. Amiga, volta inteira por favor...precisamos de ti! :=)

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    1. Juro que não sei como vou tirar o raio do carro daquele poço sem fim... acho que vou de comboio;)

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