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terça-feira, 9 de julho de 2013

Das minhas fotografias


 Gosto de fotografia. Gosto a ponto de ir a exposições, conhecer alguns nomes, ser capaz de comprar uma fotografia, de me deixar arrebatar por um momento captado por alguém, de tentar captar os meus momentos. Não sou, no entanto, uma saudosista, daquelas que se entretém a ver álbuns antigos, fotografias de outrora e a suspirar pelo tempo que passou, pelas brancas que chegaram, pelas rugas que se vão instalando. Possuo, até, algum desprendimento com as fotografias que tirei. Servem-me para estarem lá, no álbum e saber que estou a viver, que aquele é, também, o meu caminho. Tive alturas em que não quis fotografar para não perder os momentos que os meus olhos viam.

Porque há momentos que duram um perfeito mas curto segundo.

Mas com o nascimento da minha filha, tudo mudou. Há uma necessidade constante de lhe tirar fotografias. De ver como ela cresce. Como ela muda. De dizer aquelas coisas ridículas do ‘mostra os dentinhos’ e depois vê-la com um sorriso forçado. Revejo as fotografias que lhe vou tirando, vezes sem conta. Servem para coisas tão distintas quanto decoração e ofertas de natal para a família mais chegada. Então os meus pais, talvez por viverem longe, possuem verdadeiros conjuntos de molduras com os netos pespegados nas mais variadas fases.

É de tal forma a minha relação com a fotografia que a dada altura já não me chegava uma máquina pequenina, normalzinha, não que não chegava (vejam como sou capaz de descrever na perfeição as características da máquina). Precisei de uma bem boa, com botões que eu não faço a mais pequena ideia para que servem, mas que me impedem de colocar a culpa na máquina quando a foto não resulta.

E esta foi a primeira fotografia que tirei com ela. Tenho-a rotulado assim: a primeira fotografia da máquina nova.  

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