Porque
há momentos que duram um perfeito mas curto segundo.
Mas com o nascimento da minha
filha, tudo mudou. Há uma necessidade constante de lhe tirar fotografias. De
ver como ela cresce. Como ela muda. De dizer aquelas coisas ridículas do ‘mostra
os dentinhos’ e depois vê-la com um sorriso forçado. Revejo as fotografias que
lhe vou tirando, vezes sem conta. Servem para coisas tão distintas quanto decoração
e ofertas de natal para a família mais chegada. Então os meus pais, talvez por
viverem longe, possuem verdadeiros conjuntos de molduras com os netos pespegados
nas mais variadas fases.
É de tal forma a minha relação
com a fotografia que a dada altura já não me chegava uma máquina pequenina,
normalzinha, não que não chegava (vejam como sou capaz de descrever na
perfeição as características da máquina). Precisei de uma bem boa, com botões que
eu não faço a mais pequena ideia para que servem, mas que me impedem de colocar
a culpa na máquina quando a foto não resulta.
E esta foi a primeira
fotografia que tirei com ela. Tenho-a rotulado assim: a primeira fotografia da
máquina nova.
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