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quarta-feira, 17 de julho de 2013

oh, bonifácio, bonifácio

O verão dá-me para isto: acompanhar as minhas refeições leves com um vinhinho branco fresco, bem fresco. Na verdade isto não passa de uma tentativa de fazer as pazes com o vinho branco. Durante anos só bebi tinto e mais tinto, fosse com peixe, com marisco, com entradas ou saídas. Na verdade, desmistifiquei, muito cedo, essa coisa que tinto é para a carne e branco é para o peixe. Acho que depende do nosso gosto. Há na minha aldeia um senhor que come massa com arroz, que esta coisa dos acompanhamentos é ao gosto do freguês. Tenho, para mim, que o vinho vai pelo mesmo caminho.

Hoje foi dia de um vinho Bonifácio, uma colheita tardia (parece-me pela cor do vinho) que bebi bem fresquinho a acompanhar umas bruchetas. Bem, é provável que incline a cabeça à medida que escrevo, a ver se se o ecrã do computador fica direitinho…
No rótulo da garrafa diz que este vinho é bom para refeições leves ou como aperitivo. Infelizmente, creio que é um lapso de quem escreveu o rótulo, não fala de como ele é perfeito para uma tarde na minha varanda, virada a sul, com o sol a queimar os pés e a boca com aquele travo maravilhoso. Um erro do rapaz ou rapariga que escreveu o dito cujo, estou certa. Que este vinho é comprá-lo (não é nada caro) metê-lo no frigorífico e ir busca-lo quando precisamos de uma boa companhia para enfrentar o calor do verão que, supostamente, era o mais frio dos últimos 200 anos. Não é um bom vinho para uma ceia de Natal, efetivamente não é, a não ser que queiram ir passar a consoada ao brasil e comer o bacalhau em plena praia de Ipanema, por isso, experimentem antes que o verão se vá e o frio do inverno volte a pedir vinho tinto, encorpado, que aquece a alma.
Ah, e tem um rotulo bem feminino, bonitinho, queridinho feito, ponho as minhas mãos no lume, por uma mulher ... ou se calhar não, que estou um pouco animada com o alcool a subir por mim acima e isso turva-me os sentidos. 
 

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