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segunda-feira, 10 de março de 2014

loucura de Mário de Sá-Carneiro


Há um livro que é o meu livro de sempre, mesmo que hoje, se o relesse, sentisse que não teria o impacto que teve da primeira vez que me deparei com ele. É como a musica, os sitios, as pessoas - há uma mutação na vida que nos faz saltitar de livro em livro, ou de musica em musica ou de sitios. Seria estranho, aos 40, sentir o que senti aos 16 com determinadas paginas. Em cima do lombo tenho amores e desamores, ilusões e desilusões e uma visão da vida diferente (vejam, não escrevi ‘melhor’). E certa desta normalidade, Loucura de Mário de Sá Carneiro continua a povoar minha a cabeça, como de um moribundo a calcorrear o mundo em busca de paz interior. E é por causa desse impacto que sofri aos 16 anos que hoje me recuso a (re)ler. Como aquela esposa que sabe que o marido tem uma amante mas não quer enfrentar essa realidade.

Continua a ser o livro da minha vida.  Hoje estive tentada, na minha convalescência, a rele-lo, mas depois beijei a capa e depositei-o na estante sem o reler. Nem sempre devemos mexer no passado.

7 comentários:

  1. li este livro á pouquissimO tempo... É loucurA

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  2. Tomara eu ter lido este teu texto antes de me aventurar a fazer o mesmo e ler um livro do passado, o que mais mexeu comigo em todos os sentidos. Não o teria feito :)

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    1. O meu foi o Lunário do Al Berto, um livro que me fez rir e chorar e arrepiar de maneiras nunca antes vividas, talvez por ter 14 anos e não perceber tanto das coisas que eram escritas. :)

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