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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

biografia involuntária dos amantes


Ainda estou de férias. Isto nota-se pela cadência (inexistente) com que tenho vindo aqui. No entanto tenho, porque sim, porque o livro não me sai da cabeça, porque me esmagou, porque me fez chorar, falar do livro de João Tordo ‘Biografia involuntária dos amantes’. Por um lado alegra-me que haja alguém com tao pouco jeito para títulos como eu. Acho este particularmente infeliz. Não infeliz no sentido da frase, que é bonita, mas porque não faz grande ligação com a história. De qualquer das formas, é a única coisa infeliz neste livro.

Não sei muito bem o que vocês esperam de um livro. Eu, ao longo da minha vida, fui esperando coisas distintas: esperei distração; esperei conhecimento; esperei um passar de tempo; esperei risos. Hoje espero que a história me surpreenda e me acompanhe muito tempo depois de a ter lido. Já estou mais exigente e não é fácil encontrar livros que me proporcionem este tipo de sensação. Bolas. Li o livro há duas semanas. Deixem-me refazer a mentira. Comecei a ler há dois meses, mas na altura começou a fazer tanta mossa em mim, que tive de parar sob pena e não fazer o trabalho que tinha em mãos de forma correta. Ele estava a interferir com o meu dia-a-dia. Com o que escrevia. Com o que pensava. Tive de o deixar. Peguei-lhe novamente nas férias. Estava descansada e meti a cabeça nas páginas para ler sem parar, sem folego, até ao ponto final. Não sei como se consegue escrever assim, muito menos sei que teias se tecem numa cabeça (bonita, por sinal) para se entrelaçar tamanho enredo, sei que me fez chorar. Este livro fez-me chorar. É forte. É duro. É tão bom que no fim tive vontade de gritar bem alto a todos que estavam na praia entretidos com as suas Novas Gentes, os Correios da Manhã e o livro que mais vi a ler ‘A culpa é das Estrelas’, que lessem este, este e mais nenhum. Sabem quando temos mesmo de partilhar o que é bom? É essa a sensação com que fiquei e que não me largou até agora.

Se só têm por habito ler um livro por ano, façam tudo para que seja este.

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