Ainda estou de férias. Isto nota-se
pela cadência (inexistente) com que tenho vindo aqui. No entanto tenho, porque
sim, porque o livro não me sai da cabeça, porque me esmagou, porque me fez
chorar, falar do livro de João Tordo ‘Biografia involuntária dos amantes’. Por
um lado alegra-me que haja alguém com tao pouco jeito para títulos como eu.
Acho este particularmente infeliz. Não infeliz no sentido da frase, que é
bonita, mas porque não faz grande ligação com a história. De qualquer das
formas, é a única coisa infeliz neste livro.
Não sei muito bem o que vocês
esperam de um livro. Eu, ao longo da minha vida, fui esperando coisas
distintas: esperei distração; esperei conhecimento; esperei um passar de tempo;
esperei risos. Hoje espero que a história me surpreenda e me acompanhe muito
tempo depois de a ter lido. Já estou mais exigente e não é fácil encontrar
livros que me proporcionem este tipo de sensação. Bolas. Li o livro há duas
semanas. Deixem-me refazer a mentira. Comecei a ler há dois meses, mas na
altura começou a fazer tanta mossa em mim, que tive de parar sob pena e não
fazer o trabalho que tinha em mãos de forma correta. Ele estava a interferir
com o meu dia-a-dia. Com o que escrevia. Com o que pensava. Tive de o deixar. Peguei-lhe
novamente nas férias. Estava descansada e meti a cabeça nas páginas para ler
sem parar, sem folego, até ao ponto final. Não sei como se consegue escrever
assim, muito menos sei que teias se tecem numa cabeça (bonita, por sinal) para
se entrelaçar tamanho enredo, sei que me fez chorar. Este livro fez-me chorar. É
forte. É duro. É tão bom que no fim tive vontade de gritar bem alto a todos que
estavam na praia entretidos com as suas Novas Gentes, os Correios da Manhã e o
livro que mais vi a ler ‘A culpa é das Estrelas’, que lessem este, este e mais
nenhum. Sabem quando temos mesmo de partilhar o que é bom? É essa a sensação
com que fiquei e que não me largou até agora.
Se só têm por habito ler um
livro por ano, façam tudo para que seja este.
Sem comentários:
Enviar um comentário