Ando por aqui a rir-me por
dentro de forma quase sonora. Pois que me convidaram da SIC para ir a um
programa falar de, imaginem lá que eu jamais adivinharia, não fosse a rapariga
dizê-lo quatro vezes ao telefone para que eu acreditasse: príncipes encantados.
Oi?! Perguntei. Sim, príncipes encantados. Porquê eu, logo eu que não acredito neles?
Ela lá se explicou e eu acabei por dizer que sim, que aceitava, que, muito bem,
falaria de príncipes encantados. E agora ando a pensar neles, coisa que nunca o
fiz, mesmo quando minúscula no colo da minha mãe lhe ouvia as histórias de
encantar. Defeito meu, eu sei. Na verdade, os príncipes encantados remetem-me
para uma ideia perfeita de alguém que não aprecio. Sempre gostei do defeito.
Sempre me estimulou mais o homem que pensa por si em vez de se anular aos
gostos da mulher que tem a seu lado. Sempre me entusiasmou quem sabe o que quer,
quem sabe o que é, mesmo que isso me obrigue a uma cedência de gostos.
Alarga-me o horizonte. Sempre entendi que completar tem mais a ver com a
conjugação de mundos distintos do que mundos iguais. Tive uma colega na
faculdade que namorava há mil anos com um rapaz que, segundo ela, era perfeito.
O verdadeiro príncipe encantado: sempre que jantavam fora ele levava-a aos restaurantes
que ela gostava; sempre que iam de férias e embora ele gostasse de destinos de
praia, iam conhecer o velho continente porque ela gostava; Os concertos eram na
medida dela; os filmes eram do género que ela apreciava; era ela que estipulava
os dias de estudo, as idas aos pais, as camisas que ele vestia… a dada altura,
ela deve ter deixado de saber quando acabava a sombra dela e começava o seu
namorado. Não sei ao pormenor o que aconteceu. Sei que um dia ela vomitou em
cima dele. Segundo ela, tinha comido chili, um chili horrível que ele tinha
tentado fazer porque era o prato que ela mais gostava. Cá para mim, a coisa é
mais profunda do que feijões, carne e pimentos. Ela enjoou dele. Daquele homem
que não se distinguia de si mesma.
Eu vou falar de príncipes encantados,
mas vou começar por dizer que não me servem, não me estimulam, não me encantam.
Se algum me couber na rifa, deixo-o todinho para quem gostar deles. A não ser que príncipes encantados sejam bem
mais interessantes, defeituosos, pertinentes, resilientes, teimosos do que os
que saíram dos livros de Anderson.
E não serão esses, os defeituosos, pertinentes, resilientes e teimosos, muito mais ENCANTADORES que os outros, os "encantados" só a fingir?
ResponderEliminarUm beijinho, gostava de ver-te na SIC, quando será?
olá Paula, não sei os outros são so a fingir, sei que nem que sejam so a fingir a mim não me dizem nada :)
EliminarSerá so na semana de 19, mas eu depois virei aqui dizer quando. beijinhos e obrigada
Se é na SIC e, se for no dia 19, deve ser o programa que dá durante o dia ("SEXTAS MÁGICAS") e dedicam o dia todo a uma determinada temática.
ResponderEliminar"Vive la différence!" ;)
ResponderEliminareu estou à espera do meu príncipe encantado, aquele que há-de ser meu amigo, meu companheiro, que vai rir-se comigo, que me vai escutar, que me vai dar a mão...
ResponderEliminarHá sempre alguém à nossa espera num sitio qualquer! :) beijinhos
ResponderEliminarEu cá tenho um príncipe encantado... quer isto dizer que anda (quase) sempre encantado comigo. Outra coisa não seria de esperar, claro. Que a modéstia é uma das minhas numerosas e maiores qualidades. Acho que o segredo dos encantos e reacção aos desencantos é o sentido de humor e a diversão constante que tanto nos momentos de harmonia como nos de desentendimento ele nos proporciona.
ResponderEliminarTocou num ponto importante: o humor. Para mim também é a maior e melhor arma para as relações funcionarem. :) que assim continuem...beijinhos
ResponderEliminarSó agora vi que vai à SIC ... será que já passou e me escapou? Se sim diga para que eu ando para trás. Sabe o nome do programa , é o mesmo em que foi com suas amigas? Beijocas da Júlia (e desculpe a curiosidade feminina)
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