“ Eu quero escrever, escrever, escrever. Quero sentar-me no meu terraço durante o dia e ficar a ver as aves que passam, o vento que corre, o tempo que desliza. (…) eu quero a página em branco para escrever com a minha vida"
quem escreve assim é Miguel Sousa Tavares,
no seu livro ‘Não se encontra o que se procura’.
Eu não gosto do MST comentador.
Acho-o demasiado ‘dono da razão’, pouco humilde e há nele qualquer coisa de
presunçoso que me afasta automaticamente. Digo-o sempre em voz alta de tal
forma que tenho, por teimosia, dificuldade em dizer que gosto do que dele leio.
Mas gosto. Por norma gosto. Apenas não o admito muito alto não vá ele ouvir. No
entanto, este livro, que não é uma obra-prima, devolve-me o homem. Apaziguei-me
com ele. Feito de pequenos textos sobre a sua vida, este livro podia ser um
blog ou feito de vários post de Facebook (não, isto não porque o MST não
percebe a vida que se vive nas redes sociais e di-lo nunca tendo tido uma
pagina. É aqui que reside, muitas vezes, o seu erro: contesta o que não conhece),
voltemos, este livro é recheado de momentos, pensamentos de dias que são apenas
dele. Fala dos filhos, da mãe, dos seus amores, das suas paixões e gosta-se da
personagem. Há textos verdadeiramente deliciosos, outros menos e outros, ainda,
que nunca deveriam ter saido seu computador (como o texto inútil sobre a Jéssica
Atayde), mas no computo geral, bastante interessante. E depois, bem, depois tem
um início belíssimo de onde retirei o trecho com que iniciei este post.
Chama-se ‘Escrever’ e explica porque é que ele escreve.
De certa forma, ele prostra-se
e dá-se a quem o lê.
Concordo plenamente . Gosto da escrita mas não da oralidade com que nos presenteia.O "Equador"continua a ser um dos livros que mais gostei de ler.Maria.
ResponderEliminarobrigada. beijinhos
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