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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Das tatuagens e das pessoas preconceituosas

A noticia diz que  Victoria Beckham está a apagar tatuagens para ser levada mais a sério. Na verdade pensava que esta coisa preconceituosa contra tatuagens e outras formas de usar o corpo enquanto parte individual e una de cada um de nós, já tivesse desaparecido do planeta ou pelo menos nas sociedades mais desenvolvidas. 

Eu tenho uma no pulso. É o nome da minha filha. Não sei ver o meu corpo sem ela. É um simples nome, escrito e feito de forma romântica pelo tatuador que eu confio, que é um amigo. Em que é que este ato diminuiu a minha capacidade de raciocínio? A algo ter acontecido, só pode ter sido um acréscimo e não uma diminuição. 

Há tatuagens que dizem tanto da pessoa que as tem! É assim como com a roupa que escolhemos, os sapatos que calçamos, as palavras que usamos. 

Ler esta noticia mostra-me que ainda lidamos com um preconceito diário sobre aquilo que não tem importância alguma para o outro. Para o trabalho que realizamos. Para as opções de vida que tomamos. As tatuagens apenas dizem respeito a quem as possui.

A minha querida amiga Marta tem tatuagens lindíssimas. E é (espantem-se) uma excepcional mãe, mulher, amiga e trabalhadora; 

A primeira professora da minha filha (que saudades, Ana Matos!) é uma mulher belíssima e tem tatuagens. E é uma professora de mão cheia. 

O meu amigo Rui P. tem duas e cada uma com um significado tão intenso e sentido que só pode comover;

Podia continuar... não o faço porque há noticias tão preconceituosas que dar-lhe muita importância é alimenta-las. 


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4 comentários:

  1. Infelizmente o preconceito continua.
    Mas, por mim, tenho a certeza de que não é isso que faz as pessoas.
    Beijo, cheio de saudades ❤️

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  2. Só tenho a dizer que, infelizmente, não é nada de novo. Já recolho casos destes há alguns anos e, infelizmente, a coisa não tem melhorado. Por terem gostos diferentes (em termos de vestuário, cor de cabelo, modificações corporais, música, etc), houve pessoas esfaqueadas, mutiladas, assassinadas, incendiadas, presas injustamente (num dos casos, num campo de re-educação e noutro a pessoa acabou executada. E isso está a querer repetir-se) e até exterminios e proibições a nível nacional num ou noutro país. Será que foi nos chamados "países de terceiro mundo"? Sim e não só. Tenho casos de Inglaterra, América, Espanha, México, Irão e sim, Portugal. Acredito que há casos bem graves que nunca chegam a ser divulgados. Com tanta gente a ofender (vejo com cada uma, desde macacos, gado, vacas, malucos, mentecaptos, nojentos, bandidos, etc. A lista é infinita)...enfim. Este assunto interessa-me muito, não só por sentir esse género de ocorrências na pele (não tenho tatuagens, ainda, mas iria ficar espantada com o que já me tem acontecido devido ao meu cabelo azul e estilo de vestir), mas também porque estes casos pouco ou nada são falados. Também tenho interesse no papel de Animadora Sociocultural, sendo que é um assunto que gostava de trabalhar. Já disse tanta vez e repito: uma Fundação Sophie Lancaster fazia falta em todos os países.

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