Ele morreu. Ele tinha a mesma
idade do meu pai e eram amigos. E primos. Ele morreu e a sua morte apanhou-me a
meter um polvo ao forno, apanhou o meu pai a subir o Marão e o meu irmão numa
feira de vinhos. Meu pai ligou-me. Imaginei-o parado com uma vista soberba e a
dizer aquilo que é mais concreto: quando foi, a que horas é o funeral, e se eu
devia de ir ou não. Perguntei-lhe varias vezes como estava. Disse que estava
bem. Sei que com a morte dele o meu pai teve de se deparar com a sua própria morte.
E eu com a morte do meu pai. Desligou. Liguei ao meu irmão. Entre nós é mais fácil
falarmos de sentimentos… às vezes. No fim fui à varanda e chorei. Chorei sem
que a minha filha visse. Meu pai continuou a subida até ao Marão; eu continuei
a fazer o jantar e o meu irmão na feira. Não sei se no continuar da vida está a
nossa força ou a nossa fraqueza. Não sei…
Força ou fraqueza, é o que for. Continuar sempre, e perceber como são preciosos todos esses momentos (Seja um polvo no forno ou uma caminhada no Marão). bjs
ResponderEliminarRealmente a ultima frase deixou-me a pensar. Obrigada!
ResponderEliminarum grande beijinho
EliminarEu perdi o meu pai à 2 meses e ainda ando perdida.
ResponderEliminarForça.
beijinhos
beijinhos grandes e muita força
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