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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

ao amor




Na esplanada duas amigas almoçam. Pedem dois copos de vinho. Ouço-as a brindarem ao amor. Não à saúde. Não à prosperidade. Ao amor. Percebo. O amor cura e o amor alimenta. Também pode ser um devaneio, esta coisa do amor. Um devaneio é uma dor. Um sufoco. Mas é a dor que ansiamos. O sufoco que desejamos. Olho-as. Tem cerca de 70 anos. Quero ir para a mesa delas. Ouvi-las. Perceber como se brinda ao amor quando o corpo pede saúde. Fico-me pelo meu prego e o meu chá.

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