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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Café da aldeia

No café da aldeia a C atende os clientes sem parcimónia ou cuidados. Se o café não sai como ela quer,  uma palavra mais brejeira sai da boca com mais velocidade do que as palavras doces. A vida também não lhe é fácil. Entre as dores e um certo abandono dos afetos, os dias sucedem-se  tornando-a mais dura. Mas os putos gostam dela. Pedem-lhe chocolates e ela da-os. Se eles não querem ela diz: ah!, cabrão, deves ter a barriga cheia. E ri-se. Não há como o café da aldeia. Não há.


2 comentários:

  1. Gosto tanto de pessoas que praguejam e dizem palavrões (tenho duas mulheres assim na família e fartamo-nos de rir com elas, com essa naturalidade que parecendo ofensiva, não ofende ninguém). :D

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    1. eu também. E normalmente as que gosto são aquelas que são ditas sem maldade.

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