Teria uns doze ou treze anos e
deitava-me num colchão de praia ao lado do meu pai. A noite era escura como o
breu e nós ficávamos ali, calados, inertes, a ver as estrelas no terraço da
nossa casa em Trás-os-Montes. A voz só se fazia ouvir quando víamos uma estrela cadente. Havia noites em que nem uma avistávamos. Não eram noites de confidência, apenas de
partilha de uma certa solidão. E agora eu queria trocar essa solidão pela que
estou a sentir.
A solidão está no grupo das coisas que mais me assusta nesta vida. Tanto, que por vezes dou por mim a fazer determinadas escolhas, só para fugir dessa sensação que por vezes ameaça tomar conta. Mas é ilusório fugir, pois não tem nada a ver com ter ou não gente á nossa volta, estar ou não estar ocupada. Mas com ligações, com pertencer. Um grande beijinho
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