A vida muda quando os que sempre
nos acompanharam se vão embora para aquele lugar lá longe, algures numa outra
dimensão, quiçá à nossa espera. E gostava disso, gostava de a reencontrar
com o seu timbre típico, a beber a sua cerveja fresca e a desdizer dos homens
em geral e do seu em particular. Era a tia que, contrariando todas as irmãs,
não sabia cozinhar nada de jeito ' elas já o fazem por mim'; mas era aquela que
melhor conduzia uma fofoca familiar entre descascar uma cebola e uma batata. As
manas começam a ficar pernetas. Das 6 ficam 4. E foram essas 4 que ontem a
lavaram, escolheram a melhor roupa, e que serenamente, me mostraram que a família
cuida na vida mas também cuida na morte. Até já querida tia. Prometo que não
vou esquecer de beber e comer bem como tão bem me ensinaste. Que uma gordura na
comida ajuda a um desaire amoroso. E que o tinto cai que nem ginjas nas
insónias. E também prometo usar cuecas de algodão. Vai com Deus!
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