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segunda-feira, 30 de outubro de 2017
Trompete
Há duas noites que o som de um trompete rasga a noite. Não é o som de quem toca na perfeição. Mas é de quem quer tocar na perfeição. Não percebo de onde vem. O som espalha-se pela noite, deambula pelos telhados, bate nas janelas. Assim que o ouço tímido a pedir socorro, abro as minhas janelas de par em par. Fecho os olhos e sinto cada nota a tomar o seu lugar no espaço que circunda a minha casa. Depois pára. De seguida retoma. Insiste na mesma música. Às vezes nota-se uma leve melhoria. Na maioria das vezes, os erros são os mesmos. Mas eu gosto. Faz-me companhia. Quem toca não adivinha o bem que me faz. Nem sabe que eu existo. Parte da beleza da vida é esta: darmos-nos ao outro, um o outro que não sabemos que existe.
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Agora fizeste-me recordar uma bela noite de verão numa quinta da Cumieira em que alguém tocava guitarra por baixo da minha janela...
ResponderEliminarComo as suas palavras que sempre me acompanham e ajudam e nem a conheço,mas só de ler sinto que é minha amiga e partilhamos. Algumas dores e alegrias ...se eu soubesse escrever assim..gosto muito de si muito mesmo,
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