Páginas

quarta-feira, 9 de março de 2011

Estes filhos da puta a quem alguns terão, infelizmente, de chamar pai.

Escrevo este post cheia de indignação. Na verdade, tanta quanto me é possível escrever. Destilo indignação e por mim, se pudesse, em vez de indignada gostava mesmo era de estar a dar chapadas num género de gajos que se dizem pais, mas que no fundo são umas verdadeiras bestas. Ora bem, sigam-me. Soube ontem de um terceiro marido que abandonou o casório. Isto por si só não traz qualquer tipo de indignação se o motivo fosse o deixar de gostar. Ninguém é obrigado a gostar a vida todo de alguém. As relações desgastam-se. Esfriam e etc e tal e pronto, cada um vai à sua vidinha. Até aqui muito bem. O que acontece com os três casos que tive conhecimento de chofre é bem diferente. Trata-se de casamentos com filhos onde uma ou outra deficiência, infelizmente, bateu à porta. Num caso um dos filhos tem autismo, num outro a miúda tem um défice de desenvolvimento e num outro caso o filho possui uma deficiência muscular que o impede de andar e ser autónomo. Estes três casos, que serão de peso numa vida familiar, fizeram com que os pais, sentindo-se ‘desgastado’, segundo um, ‘esgotado’ segundo outro e ‘pressionado’ segundo o terceiro, fizessem as malas e fossem porta fora. Passou-lhes a pressão, o esgotamento assim que se viram num apartamento sozinhos, com suas aparelhagens, seus dvds, cervejinha no frigorífico e sem horas para dar banho, limpar, ajudar, ensinar, cuidar dos seus filhos. Um deles dizia perante a indignação do motivo por ter acabado a relação: ‘quem diz a verdade não merece castigo’. Mas merece. E merece um castigo do tamanho da maldade com que foi capaz de apagar uma parte difícil da sua vida onde um filho, mais do que nunca, precisava de ambos os pais. É mais fácil atura-los aos fins-de-semana de quinze em quinze dias. Algo me diz que estes pais ficarão felizes por só terem de ‘aturar’ seus filhos duas vezes por mês. Indignada, não lhes posso chamar pais. Apenas abutres. Abutres de uma felicidade que teimam em ter nem que para isso matem o pai que poderia existir dentro deles.

Sem comentários:

Enviar um comentário