Ao olhar para as imagens aterradoras da destruição que o tsunami fez ao Japão, fico muda. Questiono como poderá aquele povo aguentar tamanha dor. Imagino o sofrimento dos que buscam os que desapareceram. Choro de dor ao imaginar aquela dor e depois, depois levanto os olhos das imagens e sigo a vida. Há neste ‘seguir a vida’ algo carregado de egoísmo. Deixo a dor de outrem na TV, na rádio e nos jornais e sigo a minha pacata vida. Viver está longe de ser solidário. Encerra distância. Imagino, mas não sei exactamente o que sentirão; desejo mas não consigo mudar o rumo dos acontecimentos. Sigo a vida… não deixa de ser triste esta capacidade que temos de ‘seguir a vida’ deixando tantos mortos, doentes e desgraçados para trás. Lá longe, nos noticiários.
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