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domingo, 9 de novembro de 2014

A (a)normalidade da guarda nazi


Apanhei a meio um programa sobre os tempos livres da guarda nazi, num qualquer canal da TV. Nele, mostravam uns álbuns com fotografias dos tempos em que, fora dos campos nazis, os guardas, os carrascos, iam à ópera, davam lustrosos jantares, conviviam levando a família numa normalidade que, segundo alguns intervenientes, estranhava-se. Estranhavam a desumanização. Estranhavam que depois de um jantar se transformassem em impiedosos desumanos. Pois, a mim, espanta-me mais, muito mais, a sua humanização, porque se fossem apenas e unicamente desumanos, o mundo estaria, de certa forma, preparado para o que aconteceu ou preveria o que aconteceu; foi a humanização, a normalidade que enganou. Foi a humanização que demonstravam ter que lhes permitiu serem assassinos sem dó nem piedade de homens, mulheres e crianças. Que isto nos permita estarmos atentos: quem vê caras, não vê corações.

4 comentários:

  1. quantas pessoas já matou a pior ideologia de todas , o comunismo ? pelo menos 120 milhões , cinco vezes mais , no entanto não faltam por aí comunistas e outros com tshirt do che .
    Quantas pessoas já matou a democracia americana ? alguém foi a tribunal por bombardear dresden por exemplo , lá nada havia militar mas a cidade esteve a ferro e fogo, 2 milhões perderam a vida só aí , quantas mulheres alemãs foram violadas pelos soldados comunistas ? sabe quantos alemães foram deixados a morrer de fome ? só num campo americano 8 milhões !
    Algum americano respondeu em tribunal por 2 bombas atomicas ? 300 mil em poucos segundos ! podia continuar , mas como a historia é escrita pelos vencedores isto deve ser tudo humano para si . Afinal o que sabe da seg. guerra ?

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    1. Parece-me que sei mais do que o senhor ou a senhora (aposto que é um homem). E este seu comentário demonstra muita ignorância. Mas sou democrata e como tal, publico-o. Tem a sua opinião. eu tenho a minha, mas assim em jeito de ajuda, tente não meter no mesmo saco o genocídio, o comunismo, as bombas atómicas, a democracia americana, os alemães... a História não se conta assim, conta-se por episódios. Nuns as guerras. Noutros os genocídios. Noutros as consequências da Guerra. Noutro o Comunismo. Noutro ainda a democracia americana. E acima de tudo, ouça boa musica, e seja feliz

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  2. A banalidade do mal. O mais estremoso dos pais era tb o mais cruel dos carrascos. Hannah Arendt fala mto sobre esta questão nas suas obras. O ser humano é um bicho mto estranho. Gostei. :-)

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    1. 'O mais extremoso dos pais era tb o mais cruel dos carrascos', é isso mesmo. E isto dá que pensar, não dá? Obrigada por ter vindo aqui. Beijinhos

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