Se fizer um balanço de 2016
desmancho-me. Não preciso dizer o que correu mal porque sei que nunca vou
esquecer. Foi, de longe, o meu pior ano de sempre. No entanto, hoje, de certa
forma, estou apaziguada. Não sei como. Divido o sofá com a minha filha, já
estamos ambas de pijama, são quase seis da tarde do último dia de 2016, acendi
a lareira pela primeira vez nesta casa, a mini-televisão está ligada mas sem
som, escrevo-vos e nem sei quem são vocês, mas a verdade é que este quadro, que
podia ser um verdadeiro quadro de miséria na véspera de ano novo, é um quadro
cheio de paz e serenidade.
O que me tem custado mais, não é
o fim de algo, é a descrença no amor que esse fim me trouxe. Faço o luto de
alguém que foi romântica quase 45 anos. Acreditei mesmo no amor. Mesmo. E hoje
quando penso nisso dá-me uma certa vontade de rir. Já não acredito. Mas mais do
que nunca, acredito na amizade. O fim do amor trouxe-me a certeza da amizade
verdadeira. Encontrei as pessoas certas. As minhas pessoas. E são enormes. São gigantes,
são elas que não me permitem sentir só. Não me permitem sentir aquela solidão
ensanguentada que o fim de um amor traz. E como tenho essas pessoas, este sofá,
esta lareira, esta mini televisão e ESTA FILHA, sinto que também tenho paz.
Por agora esta paz basta-me. Adeus
2016. Até sempre.
Beijinho
ResponderEliminarBeijinhos grandes
EliminarFoi exactamente o mesmo que senti... Uma paz que há muitos anos não sentia... Mas continuo a acreditar no amor... No amor pelos amigos, pelos nossos! O outro amor... Logo se vê! Para já proponho-me só a desfrutar desta nova etapa... Desejo-lhe tudo de bom como desejo para mim :-)
ResponderEliminarObrigada Isabel por esta mensagem e pela outra que nos sabemos. um bom ano para si também. beijinhos
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