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sábado, 31 de dezembro de 2016

até sempre, 2016


Se fizer um balanço de 2016 desmancho-me. Não preciso dizer o que correu mal porque sei que nunca vou esquecer. Foi, de longe, o meu pior ano de sempre. No entanto, hoje, de certa forma, estou apaziguada. Não sei como. Divido o sofá com a minha filha, já estamos ambas de pijama, são quase seis da tarde do último dia de 2016, acendi a lareira pela primeira vez nesta casa, a mini-televisão está ligada mas sem som, escrevo-vos e nem sei quem são vocês, mas a verdade é que este quadro, que podia ser um verdadeiro quadro de miséria na véspera de ano novo, é um quadro cheio de paz e serenidade.

O que me tem custado mais, não é o fim de algo, é a descrença no amor que esse fim me trouxe. Faço o luto de alguém que foi romântica quase 45 anos. Acreditei mesmo no amor. Mesmo. E hoje quando penso nisso dá-me uma certa vontade de rir. Já não acredito. Mas mais do que nunca, acredito na amizade. O fim do amor trouxe-me a certeza da amizade verdadeira. Encontrei as pessoas certas. As minhas pessoas. E são enormes. São gigantes, são elas que não me permitem sentir só. Não me permitem sentir aquela solidão ensanguentada que o fim de um amor traz. E como tenho essas pessoas, este sofá, esta lareira, esta mini televisão e ESTA FILHA, sinto que também tenho paz.

Por agora esta paz basta-me. Adeus 2016. Até sempre.



4 comentários:

  1. Foi exactamente o mesmo que senti... Uma paz que há muitos anos não sentia... Mas continuo a acreditar no amor... No amor pelos amigos, pelos nossos! O outro amor... Logo se vê! Para já proponho-me só a desfrutar desta nova etapa... Desejo-lhe tudo de bom como desejo para mim :-)

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    1. Obrigada Isabel por esta mensagem e pela outra que nos sabemos. um bom ano para si também. beijinhos

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